2.7.11

Carta Social

Querida lembrança,

Sempre guardamos coisas que fizeram parte da nossa história, sejam elas nas lembranças ou nos papéis, sim, cartas. Talvez nem todos tenham enviado, ou até tenham. Talvez todos nunca tenham recebido, ou até tenham. Talvez todos tenham escrito, mas não enviado.  Há os que escrevem cartinhas de amor (que são a maioria), cheias de romantismo, sonhos, doçuras, música, poesia, juras, cheia de cheiro; cheiro do  outro. 


Hoje em dia, os meios de comunicações tomam conta e o velho papel e caneta são deixados para trás. Normal, estamos em um mundo de avanços tecnológicos. Porém, se não houvessem esses avanços, não falaria com tanta saudade do quanto eu aguardava inquietamente pela chegada do carteiro, do quanto eu gostava de olhar os selos, da alegria em desdobrar cada parte da folha, na ansiedade em  acabar o texto e logo responder... Rasgar a lateral do envelope era o mais  emocionante.
É uma saudade boa, daquelas que a gente pára e pensa que valeu a pena toda a distância.



Hoje em dia não envio e nem recebo mais cartas, nem bilhetes...

A saudade  é destinada àquelas pessoas que trocaram cartas comigo, até as que eu não conheço. Sejam elas cartas em sala de aula, sejam cartas vindas pelos correios, sejam bilhetes, sejam cartas de dia dos namorados, ou não. Tenho orgulho de ter vivido isso, independente do conteúdo.

Deixo uma sugestão: se puderem, troquem cartas, tenham intimidades com as letras, com a caneta, com o papel... E saberão bem do que falo, do  que sinto.



Att, Nayara Câmara.

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