26.8.11

Nem o prego aguenta mais o peso desse relógio.




" Eu sou mesmo um cara de sorte", Arnaldo Antunes repete insistentemente e me pergunto sobre o que te fez ligar pra mim. Fico esperando em frente da sua casa enquanto o motor do meu carro ronca discretamente. E aguardo você abrir aquele bendito portão e surgir, linda. Imagino todas as coisas que quero fazer com você essa noite.
É que depois que você partiu, dizendo que nunca mais voltaria e voltou, sinto como se você ainda conseguisse balançar todos os meus órgãos, não só o coração, numa tremedeira física onde só em pensar nesses teus olhos de menina doce e independente, faz com que eu te aceite de volta todas as vezes que disser que quer ir embora, me abandonar, dizer que quer correr atrás dos seus sonhos e que eu não estou incluso neles.
A eternidade se faz agora. E enquanto você não chega, continuo a pensar uma vida com você. Será que a eternidade não poderia se fazer somente quando você entrasse neste carro e ir viver a noite comigo?
O estalar do ferrolho no portão anuncia sua chegada, seguido de um disparo no coração e uma descarga de tensão. E você sabe, o tempo é todo traiçoeiro. A noite acabará logo, cessando toda a eternidade que não se fizera. E a partir do momento em que você descer deste carro e entrar dentro de casa, viverei uma eternidade esperando nosso próximo encontro.

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